quinta-feira, 3 de abril de 2008

Independência para a Madeira, já!

O Bengalão leu no jornal uma declaração, que se pretendeu bombástica, do Senhor Rui Alves. Sabes, Leitor, quem é o Senhor Rui Alves? Pois é um pobre diabo, presidente de um clube desportivo, daqueles muitos para quem o Jardim canaliza o nosso dinheiro, para eles fazerem equipas profissionais de todos os desportos possíveis e imagináveis, todos eles absolutamente dependentes dos nossos impostos para conseguirem títulos ad majorem Jardinis gloriam. O Senhor Rui Alves declarou então que não gostava da Língua Portuguesa, nem da Cultura Portuguesa, que era a favor da independência da Madeira e que, lá mais para o Verão, ia viver para o estrangeiro. Nota, Leitor, que o Senhor Rui Alves não nos fez parte da língua que acha que devia ser oficial na futura República Popular da Madeira, mas O Bengalão acha que deve ser o Inglês. Esta gentinha acha sempre que sabe falar Inglês. Nota ainda, Leitor, a extraordinária coragem do Senhor Rui Alves. Ele acha que a Madeira, que é a terra dele, deve ser independente, e portanto, resolve ir para o estrangeiro. O Bengalão, na altura em que defendia a independência dos Montes Hermínios, ao menos, teve a coragem e o bom gosto discutível de fundar a Frente de Libertação da Egitânia, giroFLE, FLE, fla.



Perguntarás, Leitor, porque está O Bengalão a gastar cera com tão ruim defunto. O que temos nós com estes cromos que, de cinco em cinco anos, vêm falar da independência da Madeira? O que O Bengalão acha é que já não tem paciência para ouvir o Jardim e alguns caixeiros viajantes tornados ricos pelos chorudíssimos contratos celebrados com o PSD local, a que aliás pertencem, e pagos com o nosso rico dinheirinho falarem, de cada vez que alguém ousa dizer que talvez já fosse tempo de a Madeira, em vez de continuar a viver à nossa custa, começar, já que é a segunda região mais rica do país, a colaborar com o esforço de solidariedade com o Alentejo, o Nordeste ou o Vale do Ave, da independência da Ilha como se isso fosse uma ameaça que nos deixa transidos de medo. E começam logo a falar do colonialismo, e do sistema de colonia, como se uma coisa tivesse alguma coisa a ver com a outra. Sabes o que é a colonia, Leitor? Actualmente, é uma arma de arremesso que o Jardim utiliza, gabando-se de ter acabado com ela, com o descaramento dos mentirosos compulsivos. A colonia era um sistema medieval de exploração dos camponeses madeirenses pelas grandes famílias madeirenses (e não pelos cubanos), que foi extinto em 1977 pela Constituição da República e pela Lei de bases da Reforma Agrária, ou seja, pelo Parlamento Nacional, e não pelo Jardim.
O Bengalão está farto. E acredita que não é o único. E acha que chegou o momento da autodeterminação. De uma vez por todas. O Bengalão não quer impôr a cidadania portuguesa a ninguém. O Bengalão, que tem orgulho de ser português (O Bengalão sabe que o Ingenhêro, o Paulinho das Feiras, o Luís Filipe, o próprio Cochise, ou Geronimo, ou lá como se chama o índio, são efémeros, são fenómenos passageiros), acha que só deve ser português quem quer. E, assim, propõe um referendo de autodeterminação. Que se pergunte aos portugueses (do Continente, claro) se querem a independência da Madeira. E se, como espero, a independência ganhar, que os deixemos no meio das suas flores e da zona franca, responsáveis pelas suas contas. E, já agora, para evitar que o Rui Alves, que quer ir para o estrangeiro, se lembre de continuar a vir passear a sua insolência por Lisboa, que se exija o visto aos cidadãos do nóvel país que quiserem entrar na nossa terra, de cuja língua não gostam, cuja cultura não respeitam, mas que continua a pagar-lhe as contas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa ideia. Já há muito tempo que adorava vê-los pelas costas. Se não gostamos da companhia vai cada um para seu lado (como checos e eslovacos) e sem dramas. Mas a nossa classe política parece ter medo de abordar o assunto. Porque será?