sábado, 1 de março de 2008

Mea culpa

Muito tem o Bengalão zurzido a Lurdinhas. Mas ontem, ia o Bengalão a caminho de Damasco, quando surge, de uma nuvem quase sólida, a voz tonitroante de uma personagem de barbas que é por todos na Europa, como já tinha sido em África, considerado Modelo da Honestidade, Paradigma da Cultura, Prócere da Sensatez, Símbolo da Temperança, Arauto da Concórdia e vendedor de electrodomésticos. Compreenderás, Leitor, que, principalmente naquelas zonas, mesmo a coragem do Bengalão sofra algum abalo. Troou a Voz: "Bengalão! Oh Bengalão!". O Bengalão, aterrado, mal ciciou: "Quem me chama?". E a Voz: "Oh Bengalão, tu não te faças parvo! Não sabes então quem Eu sou?" Palavra de honra que se ouvia "Eu" com maiúscula e tudo. "Não sabes, Bengalão? Não te diz nada, Gondomar? A Manutenção Militar, nada te diz? Esqueces a Bola, os Apitos? Não te lembras dos aspiradores e da pesca na Guiné? Não sabes quem Eu sou, Bengalão?" E o Bengalão, cá de baixo: "Sei..." Torna a Voz: "Pois a Lurdinhas está a trabalhar muito bem, é uma mulher de coragem, eu próprio não faria melhor, ela e Eu somos a encarnação do mesmo, uma palavra contra ela é uma palavra contra Mim." A Voz arremessava maiúsculas como bombas. "Bengalão, que te não oiça Eu outra vez a vociferar contra ela, que é, repito, vociferar contra Mim."
O Bengalão declara, portanto, que a Lurdinhas é uma excelente Ministra. É Ele quem o diz.

1 comentário:

Anónimo disse...

E a voz não lhe falou da taluda que um dia milagrosamente lhe saíu? e de um misterioso e chorudo cheque que sacou e era de uma entidade bancária inexistente? e ... e...