segunda-feira, 19 de maio de 2008

Não fumadores

O Bengalão também pensou, como toda a gente, dizer umas graçolas sobre as cigarradas que foram fumadas a bordo de um avião da TAP a caminho de Caracas. O Ingenhêro, pouco prudente, entrou num avião sem estar acompanhado de quatro acessores fundamentais, como faz qualquer pessoa avisada, a saber, um jurista generalista para lhe explicar que um avião, mesmo fretado, se é usado ao serviço do Governo, é um lugar público e, portanto, está no âmbito da legislação, aprovada pelo Ingenhêro, que restringe, nesses locais, o uso do tabaco, um jurista especializado em Direito laboral para lhe explicar que as hospedeiras da TAP, quando vão no avião, fardadas e a oferecer espumante, estão a trabalhar e, portanto, estão cobertas pela legislação, aprovada pelo Ingenhêro, sobre o uso do tabaco nos locais de trabalho, um jurista especializado em Direito internacional, para lhe explicar que o avião da TAP, mesmo voando fora do espaço aéreo português é território nacional e, portanto se lhe aplica a legislação, aprovada pelo Ingenhêro, sobre o exercício do vício de Nicot e, last but not least, como diria o Ingenhêro se soubesse Inglês, um Engenheiro, dos verdadeiros, daqueles que faz mesmo projectos e que estudou para obter o seu diploma, para lhe explicar que um avião, em pleno voo, é um espaço fechado, sendo assim proibido, nos termos da legislação aprovada pelo Ingenhêro, fumar a bordo. O Ingenhêro não teve essa precaução mínima e, como adquiriu o seu diploma na Universidade Independente, não tem por hábito pensar, e, assim, não lhe ocorreu perguntar à hospedeira, coitadito. O Bengalão também queria molhar a sopa. Mas, depois de ver o post do Xico da Popelina, aqui , acha que não é necessário.

1 comentário:

com senso disse...

Ao contrário do que alguns comentadores referiram, para mim não se trata bem de uma gaffe do Sr. 1º Ministro Ingenheiro. Trata-se de uma certa forma de encarar-se a si mesmo e ao país. Sente-se, a criatura, acima da Lei e dos comuns mortais que "governa". E sente-se impune...